TERTÚLIA ORWELLIANA

Neste blogue discutiremos 4 temas: 1. A linguagem enganosa. 2 As estruturas e os processos de desumanização criados pelas oligocracias contra a democracia. 3. A economia política (e.g. Petty, Smith, Ricardo, Sismondi), remodelada e crismada (no fim do século XIX) de "economia matemática", a qual teria o direito de se proclamar "ciência económica" (Ingl. economics) — um direito que não lhe será reconhecido aqui. 4. A literatura imaginativa (prosa e poesia).

23 novembro, 2025

 

 

INTERVENÇÃO DE ENCERRAMENTO DA

CONFERÊNCIA EUROPEIA E CIDADÃ PELA PAZ NA UCRÂNIA, RÚSSIA E EUROPA

Raul Luís Cunha

(major-general)


Caros Amigos

Verificamos que, hoje em dia e finalmente, se começa a formar uma sólida opinião que as acções da UE e do Reino Unido (além das que, por vezes, emanam dos EUA), destinadas a fomentar tensões com a Rússia, constituem afinal um enorme erro.

No entanto, também podemos constatar que uma das características do nosso tempo é que, quem tenta começar a discutir sobre as realidades da situação entre a Rússia e o dito Ocidente alargado, é imediatamente apelidado de traidor. De facto e em concreto, no dito Ocidente perdeu-se a capacidade de reconhecer as realidades.

Não se trata de uma questão de alguém ser pró-Rússia ou pró-Ucrânia ou pró-guerra, mas sim de ser pró-verdade e sensatez porque, na ausência de entendimento, na ausência de alguma solução diplomática, ou pelo menos da vontade política de encontrar uma, haverá apenas mais morte e destruição.

Quando se continua a inexoravelmente fomentar uma guerra permanente, a eventualmente escalá-la até um limite que pode acabar por nos destruir a todos, ou simplesmente a promover um conflito congelado que irá continuar a consumir vidas humanas e as parcas riquezas da Europa numa conflagração eterna. Isso constitui, sim, uma verdadeira loucura. E se puder ser parada, assim deverá ser. É um imperativo moral. É um dever de nós todos.

Os políticos ocidentais não percebem que as aspirações pela paz são um dever não para consigo mesmos, mas para com as suas nações e para com o seu futuro, para com os seus filhos e para com o mundo que se irá formar em resultado das suas decisões.

O dito Ocidente precisa de reconhecer que as nações não são todas iguais, têm o seu próprio interesse nacional e, de facto, há uma esfera nacional de influência ou existem responsabilidades estratégicas que implicam a necessidade de defender as suas áreas de interesse, nomeadamente nas regiões que lhes são adjacentes. O não reconhecimento do interesse nacional de outras nações pode provocar um enorme custo em vidas humanas e uma desestabilização económica generalizada, que acaba por levar aos problemas com que hoje nos confrontamos.

Assim, e como iniciativa de todos os cidadãos lúcidos do dito Ocidente e dos seus líderes que, eventualmente, readquiram alguma lucidez, deverá ser, de imediato e sem condições prévias, promovida a concretização de um Acordo de Paz compreensivo que contenha, no mínimo, as seguintes propostas dos promotores desta conferência e que passo a descrever:

Constituição de uma “Comissão de Verdade e Reconciliação”, à semelhança do que foi feito na África do Sul do pós-apartheid e em Timor-Leste depois da independência.

[n.e. Esta comissão independente poderia começar a fazer o seu trabalho imediatamente após a assinatura do Acordo de Paz ‒ ouvindo as queixas (de todos os lados) de violação dos direitos humanos desde 2014 ‒ independentemente dos processos de investigação forense conducentes aos julgamentos dos crimes de guerra, que serão necessariamente muito morosos]

Os julgamentos por crimes de guerra deverão ser organizados pelos respectivos Estados.

[n.e. Os julgamentos de crimes de guerra alegadamente russos por tribunais russos; os julgamentos de crimes de guerra alegadamente ucranianos por tribunais ucranianos, conforme sugeriu o eminente jurista Alfred-Maurice de Zayas]

A neutralidade militar permanente da Ucrânia será consagrada na sua Constituição, bem como a renúncia da Ucrânia ao ingresso na OTAN.

Garantias legais de que a Ucrânia não permitirá o fabrico, o recebimento, o trânsito ou o destacamento de armas nucleares e outras armas de destruição em massa no seu território.

Garantias legais de que a Ucrânia e a Rússia não permitirão o estabelecimento de bases militares ou a presença de contingentes militares estrangeiros nos seus respectivos territórios.

Reconhecimento do direito à autodeterminação nas suas diversas formas (autonomia regional, federalismo, secessão, integração voluntária em outro país) para a população da Crimeia e as populações das regiões leste e sul da Ucrânia que se sintam mais russas do que ucranianas e que expressarem livremente a sua vontade por meio de referendos.

Garantias legais para a protecção da língua russa como língua cooficial da Ucrânia e dos direitos culturais (incluindo a liberdade religiosa) dos ucranianos de língua russa, bem como dos direitos culturais dos ucranianos que falam línguas minoritárias (por exemplo, húngaro e romeno).

Fim de todas as sanções proibição de transmissão de veículos de comunicação na UE; proibições de visto e viagens na UE, área Schengen, Reino Unido e Irlanda; congelamento de bens; restrições económicas de importação e exportação.

Para terminar, reafirma-se a necessidade de levar a cabo uma verdadeira e concreta reavaliação das realidades para que possamos sair desta presente crise.

Assim, o comité organizador desta Conferência, informalmente conhecido como “Os Quatro Mosqueteiros”, assumirá a responsabilidade de redigir uma Declaração formal. Para maior clareza e facilidade de consulta, esse documento será oficialmente intitulado Declaração da Conferência Europeia e Cidadã para a Paz na Ucrânia, Rússia e Europa.

Essa Declaração descreverá de forma abrangente as medidas inicialmente especificadas no documento fundador da Conferência. Será dada ênfase às acções, que destaquei e que foram identificadas como sendo as de maior prioridade e urgência. 

Raul Luís Cunha durante a sua intervenção 


A Declaração será enriquecida pelas diversas contribuições feitas pelos participantes antes, durante e depois da conferência, garantindo que as perspectivas e sugestões compartilhadas sejam devidamente incorporadas.

Pensamos que o trabalho desta Conferência deverá continuar para além desta sessão. Se o desenrolar dos acontecimentos inerentes ao conflito não trouxer o ambicionado Acordo de Paz que, de certo modo, se começa a vislumbrar, assumimos desde já o compromisso de convocar uma segunda Conferência em Lisboa, no mesmo local. Essa mesma Conferência será organizada de acordo com a Declaração que vamos agora emitir, a qual será divulgada por toda a Europa com a assistência de todos os seus signatários. O objectivo dessa eventual segunda Conferência será analisar e avaliar os progressos atingidos em direcção à paz durante o período decorrido, tentando assim manter o impulso e fomentando um diálogo contínuo.

Vamos acreditar que a lucidez voltará, que a sanidade vencerá e que a real vontade de concretizar um projecto de paz duradoura irá aparecer, antes que a escalada de incongruências, contradições e medidas belicistas, fomentada por desmedidas ambições políticas, acabe por nos arrastar a todos para o abismo.

Sábado, 22 de Novembro de 2025, em Lisboa

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(n.e.= nota editorial)

 

06 novembro, 2025

 

Conferência Europeia e Cidadã

para a Paz na Ucrânia, Rússia e Europa

 

22 de Novembro (sábado) de 2025, Lisboa



 

A) PROGRAMA E ORDEM DE TRABALHOS

Ponto 1. Boas-vindas e agradecimentos: José Catarino Soares (Portugal). Das 9h30 às 9h40 (+ 5 minutos para a entidade responsável pelo local da Conferência poder usar da palavra).

Ponto 2. Alocução de abertura: Luís Alfaro Cardoso (Portugal). Das 9h45 às 10h.

Ponto 3. Testemunhos da guerra e da vida quotidiana na Donbass. Das 10h às 12h30, com uma pausa para café às 11h15.

Cinco oradores: Guy Mettan (Suíça), Christelle Néant (França), Benoît Paré (França), Jean-Christophe Emmeneger (Suíça), Patrick Baab (Alemanha). Moderador: Luís M. Loureiro (Portugal).

Almoço. 12h30-14h30.

Ponto 4. Narrativas e realidade da guerra na Ucrânia e na Rússia. Das 14h30 às 16h10, com uma pausa para café às 16h10.

Quatro oradores: Jacques Hogard (França), Alastair Renfrew (Inglaterra, Reino Unido), Geoffrey Roberts (Irlanda), Michel Collon (Bélgica). Moderador: José Catarino Soares (Portugal).

Ponto 5. Iniciativas de promoção da paz para a Ucrânia, Rússia e Europa. Das 16h30 às 18h50.

Cinco oradores: Isabelle Casel (Alemanha), Hakan Julander (Suécia), Ian Proud (Inglaterra, Reino Unido), Robert Skidelsky (Inglaterra, Reino Unido), Carlos Branco (Portugal). Moderador: José Aranda da Silva (Portugal).

Ponto 6. Alocução de encerramento: Raul Luís Cunha (Portugal). Das 18h50-19h


B) ACESSO À CONFERÊNCIA


Gostaria de convidar para esta conferência todos os subscritores/leitores da Tertúlia Orwelliana a quem ela possa genuinamente interessar.

Mas isso não é possível. Por razões de segurança e eficácia, o acesso à Conferência está exclusivamente reservado aos subscritores [ver a lista publicada mais abaixo] da sua convocatória [ver documento publicado mais abaixo] e aos seus convidados NOMINAIS, até ao limite de lotação do recinto onde se realizará a Conferência (que comporta menos de 200 lugares sentados).

Um certo número de lugares poderá, no entanto, ser reservado para aqueles leitores/subscritores da Tertúlia Orwelliana que se inscrevam para participar na Conferência. Para isso, terão de enviar uma mensagem para o seguinte endereço electrónico


u8189072106@gmail.com


e indicar o seu NOME, PROFISSÃO, ENDEREÇO ELECTRÓNICO (email) e NÚMERO DO TELEMÓVEL, assim como a menção «convidado por José Catarino Soares através da Tertúlia Orwelliana».

Receberão, depois, uma notificação informando-os se a sua inscrição foi aceite ou não, em função da lotação do recinto onde vai ter lugar a conferência.  O único critério de aceitação, neste contexto, é o da ordem de chegada das inscrições.

Mas, por favor, SÓ SE INSCREVAM se fizerem mesmo tenções de participar na conferência, para não tirar lugar a outros que poderiam estar presentes, caso contrário.

Cordiais saudações


José Catarino Soares, 6 de Novembro de 2025

P.S. Peço desculpa: o endereço electrónico indicado mais acima estava errado. Tinha um "i" inicial a mais, que já foi apagado. Agora está correcto. 

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UMA CONFERÊNCIA EUROPEIA PARA A PAZ 

NA UCRÂNIA, RÚSSIA E EUROPA

— dos cidadãos, pelos cidadãos, para os cidadãos



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Na cimeira do G7, em 17 de Junho de 2025, o presidente do Conselho Europeu, António Costa, entregou a Donald Trump, presidente dos EUA, uma camisola de Cristiano Ronaldo, assinada pelo próprio, onde estava impresso o seguinte apelo: “Play for peace. As a team” [«Joguem pela Paz. Como uma equipa»].

Um apelo justo, mas com um mensageiro e um destinatário errados

O apelo de Cristiano Ronaldo exprime um desejo legítimo e urgente. Mas tem um mensageiro errado (António Costa) e um destinatário errado: o G7 — Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Reino Unido (RU), Estados Unidos da América (EUA) + a União Europeia (UE) como participante extranumerário.

A única equipa interessada em jogar pela paz e capaz de o fazer com empenho e lisura, é a formada pelos cidadãos comuns que constituem os povos desses países e dos demais países, incluindo os países da Europa que não são membros da União Europeia.

Uma tarefa da cidadania

Teremos, pois, de ser nós, cidadãos comuns, a tomar a iniciativa e a actuar para construir uma paz duradoura na Europa. (Se o fizermos, os governos serão obrigados a obedecer-nos ou cairão).

Que podemos fazer nesse sentido de imediato? Convocarmos uma Conferência Europeia para a Paz na Ucrânia, na Rússia e na Europa.

Com que palavras de ordem? Este é o ponto mais melindroso. Propomos, para começar, as seguintes:

● Formação de uma Comissão de Verdade e Reconciliação nos moldes daquelas que tão bons resultados deram na África de Sul pós-apartheid e em Timor-Leste pós-independência.

Esta comissão independente poderia começar a fazer o seu trabalho imediatamente após a assinatura do Acordo de Paz ‒ ouvindo as queixas (de todos os lados) de violação dos direitos humanos desde 2014 ‒ independentemente dos processos de investigação forense conducentes aos julgamentos dos crimes de guerra, que serão necessariamente muito morosos.

● Os julgamentos por crimes de guerra, deverão ser organizados pelos respectivos Estados, como sugeriu o eminente jurista Alfred de Zayas: os julgamentos de crimes de guerra alegadamente russos por tribunais russos; os julgamentos de crimes de guerra alegadamente ucranianos por tribunais ucranianos.   

● Neutralidade militar permanente da Ucrânia inscrita na sua Constituição. Renúncia da Ucrânia ao objectivo de entrada na OTAN (/NATO), com a revogação dos artigos da Constituição ucraniana que expressam esse objectivo (arts. 85[5], 102, 116 [1]).

● Garantias legais de que a Ucrânia não permite o fabrico, a recepção, o trânsito e o posicionamento de armas nucleares e de outras armas de destruição maciça no seu território.

● Garantias legais de que a Ucrânia e a Rússia não permitem a instalação de bases militares e a presença de contingentes militares estrangeiros nos seus respectivos territórios.

● Reconhecimento do direito à autodeterminação (n.º 2 do artigo 1.º, artigo 55.º e artigo 73.º da Carta das Nações Unidas; artigo 1.º do Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos) nas suas várias modalidades (autonomia regional, federalismo, secessão, integração voluntária noutro país) da população da Crimeia e das populações dos oblasti do Leste e Sul da Ucrânia que se sentem mais russas do que ucranianas e que expressaram livremente a sua vontade por meio de referendos.

● Garantias legais de protecção da língua russa como língua co-oficial da Ucrânia e dos direitos culturais (incluindo a liberdade religiosa) dos ucranianos russófonos (52% da população ucraniana), bem como dos direitos culturais dos ucranianos falantes de línguas minoritárias (p.ex., húngara e romena).

● Fim de todas as sanções  proibição de difusão de órgãos mediáticos de comunicação social (RT, Sputnik, etc.) no espaço da UE; proibições de vistos e viagens na UE, no espaço Schengen, no RU e na Irlanda; congelamento de bens, restrições às importações e exportações económicas  num total de mais de 10.279 sanções (882 sanções entre 17 de Março de 2014 e 22 de Fevereiro de 2022, mais 9.237 de 22 de Fevereiro de 2022 a 17 de Janeiro de 2025) impostas à Rússia por parte da Suíça (3.226), UE (2.482), França (2.423) e Reino Unido (2.078).

Estas são as oito medidas mínimas necessárias para se alcançar um acordo de paz duradoura na Ucrânia e Rússia.

Para construir uma paz duradoura na Europa é necessário delinear, debater e aprovar uma arquitectura de Cooperação e Segurança Europeia que abranja todos os países da Europa (incluindo a Rússia) e que respeite escrupulosamente o princípio da indivisibilidade da segurança internacional: a noção de que a segurança internacional é interdependente — ou seja, não há segurança de uns países sem a segurança, ou em detrimento da segurança, dos demais.

Essa arquitectura deve incluir as seguintes medidas de construção e desenvolvimento da confiança:

● Eliminação de todas as armas nucleares dos EUA e da Rússia (e de todas as infra-estruturas existentes para a sua utilização) fora dos seus respectivos territórios nacionais — como é o caso das bases aéreas da OTAN (/NATO) na Europa que albergam ogivas nucleares dos EUA: Incirlik (Turquia); Aviano e Ghedi-Torre (Itália); Kleine Brogel (Bélgica); Büchel (Alemanha), Volkel (Holanda), assim como das bases aéreas que albergam as ogivas nucleares que a Rússia posicionou na Bielorrússia no âmbito da Organização do Tratado de Segurança Colectiva.

● Erradicação da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) na Europa ‒ por denúncia/retirada do seu Tratado (prevista no seu artigo 13.º) por parte dos seus países-membros europeus – seja (i) por denúncia simultânea de todos eles, ou (ii) por denúncia/retirada individual sucessiva dos seus países-membros europeus, ou (iii) por denúncia/retirada concertada de grupos sucessivos dos seus países-membros europeus ou (iv) por uma combinação de (ii) e (iii) Erradicação (concomitante da erradicação da OTAN do continente europeu) da Organização do Tratado de Segurança Colectiva (OTSC) na Europa  por denúncia/retirada do seu Tratado (prevista no seu artigo 11.º) por parte dos seus países-membros europeus — Rússia, Bielorrússia, Arménia (+ Sérvia como membro observador).

Estas medidas são, por sua vez, as que abrem caminho ao fim das armas nucleares, condição necessária para prevenir um apocalipse nuclear, o que exige:

● a proibição de conceber, testar, produzir, fabricar, adquirir, possuir ou armazenar armas nucleares ou outros engenhos explosivos nucleares, tal como dispõe o artigo 1.º do Tratado sobre a Proibição de Armas Nucleares (TPAN), aprovado pela Assembleia Geral da ONU em 4 de Dezembro de 2017.

Convém lembrar que o TPAN foi, até à data, subscrito por 93 países (mas não por Portugal), dos quais 70 já o ratificaram. Os países que o ratificaram estão, na sua maioria, na Ásia, África e América Latina, e não são potências nucleares. Dos 32 países-membros da OTAN (/NATO) ‒ incluindo, portanto, EUA, França e Reino Unido, detentores de armas nucleares, e os 22 países da UE que também são membros da OTAN ‒ nenhum subscreveu e ratificou o tratado. Isto mostra bem que esta organização é uma aliança nuclear muito ciosa do seu poder de destruição.

● O desmantelamento simultâneo e mutuamente controlado (por inspectores de todas as partes envolvidas) do arsenal nuclear da Rússia, dos EUA, da França, do Reino Unido e demais potências nucleares: China, Índia, Paquistão, Israel, Coreia do Norte.

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Número de ogivas nucleares das 9 potências nucleares em 2025Fonte: SIPRI, 2025

O princípio a aplicar nesta tarefa é muito simples e já deu as suas provas: «Confiar, mas verificar». A tarefa é colossal, mas executável, como ficou demonstrado pelo Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário, celebrado entre a União Soviética (e depois a Rússia, o Estado sucessor) e os EUA em 1987, também conhecido como Tratado INF (Intermediate-Range Nuclear Forces) ou Tratado FNI (Forças Nucleares Intermediárias), que durou até 2019, quando foi rompido pelos EUA.

O Tratado FNI previa a destruição dos mísseis nucleares com alcance entre 500 e 5.500 quilómetros em três anos. E isso foi feito com êxito. Ao todo, foram destruídos 2.692 mísseis antes de 1991 — ou seja, a quase totalidade dos mísseis nucleares de alcance intermediário e pouco mais de 4% do arsenal nuclear total de ambos os países em 1987.  Uma das inovações do Tratado FNI foi a adopção de procedimentos de verificação mútua das destruições de armas nucleares por parte de inspectores de cada país.

Um verdadeiro sistema de paz não será estabelecido na Terra até que, pelo menos, os tratados de desarmamento nuclear tenham sido assinados e ratificados por todos os Estados que têm armas nucleares e as armas nucleares erradicadas.

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Segue-se a lista alfabética (actualizada em 26 de Outubro de 2025 e organizada por apelido) dos primeiros signatários da convocatória acima publicada. 

Esta lista apresenta indivíduos de várias nacionalidades e formações profissionais, incluindo militares, ordinariato castrense, ensino superior (universitário e politécnico) e secundário, jornalismo, diplomacia, saúde, judiciário, movimento sindical, ciência e artes, demonstrativo do amplo apoio internacional a esta iniciativa.

 

·       Jorge Aires (Portugal): Major-General (R) da Força Aérea 

·       José Baptista Alves (Portugal): Coronel (R) da Força Aérea, militar de Abril [*]

·       João Sousa Andrade (Portugal): Economista, professor universitário, investigador

·       António Avelãs (Portugal): Professor do ensino secundário, dirigente sindical

·       Patrik Baab (Alemanha): Jornalista, professor universitário, escritor de não-ficção

·    Manuel Begonha (Portugal): Capitão-de-Mar-e-Guerra (R) da Marinha, militar de Abril

·       Carlos Branco (Portugal): Major-General (R) do Exército, especialista em resolução de conflitos

·   Tony Brenton (Reino Unido): Diplomata, antigo embaixador do Reino Unido na Rússia (2004-2008)

·       Jean Bricmont (Bélgica): Físico teórico, filósofo, professor universitário, escritor de não-ficção

·       Isabelle Casel (Alemanha): Artista independente, activista pela paz, conselheira

·       Jorge Costa Campos (Portugal): Jornalista, documentarista, professor

do ensino superior politécnico

·       Luís Alfaro Cardoso (Portugal): Veterinário, investigador, professor universitário

·       José Cavalheiro (Portugal): Engenheiro, professor universitário, investigador

·       António Rocha Carrilho (Portugal): Vice-Almirante (R) da Marinha

·       Rolf Christianson (Suécia) : Professor de arte

·  Michel Collon (Bélgica): Jornalista, escritor, fundador de Investig’Action (sítio Internet, canal de vídeo-difusão, edição de livros, investigação sobre a desinformação)

·     Pedro de Pezarat Correia (Portugal): Major-General (R) do Exército, militar de Abril

·  Alain Corvez (França): Coronel (R) do Exército, conselheiro de estratégia internacional

·       Raul Luís Cunha (Portugal): Major-General (R) do Exército , historiador, escritor de não-ficção

·      Glenn Diesen (Noruega): Politólogo, professor universitário, escritor de não-ficção, videasta  

·    Hugo Dionísio (Portugal): advogado, investigador independente

·    Jean-Christophe Emmeneger (Suíça): Ex-jornalista, investigador especializado na história dos serviços secretos de informações, escritor-viajante

·       Dom Januário Torgal Ferreira (Portugal): Bispo Emérito das Forças Armadas e de Segurança de Portugal

·       Paulo Fidalgo (Portugal): Médico, gastroenterologista, escritor de não-ficção

· Carlos Fino (Portugal): Jornalista (repórter, correspondente internacional e correspondente de guerra), escritor de não-ficção

·       Mattias Forsgren (Suécia): Docente, escritor de não-ficção

·     Júlio Manuel Dias Gomes (Portugal): Economista, professor universitário, escritor de não-ficção

· Ulrike Guérot (Alemanha): filósofa política, activista pela paz, professora universitária, escritora de não-ficção

·       Manuel Martins Guerreiro (Portugal): Contra-Almirante (R) da Marinha, militar de Abril

·      Jacques Hogard (França): Coronel (R) do Exército Francês, historiador, consultor em geopolítica, escritor de não-ficção

·       Hakan Julander (Suécia): Actor, poeta, “podcaster”

·       Cipriano Justo (Portugal): Médico, professor universitário, escritor de não-ficção

·       Mertz Laakso (Suécia): Empreendedor, escritor de não-ficção

·     Luís M. Loureiro (Portugal): Jornalista, professor universitário, escritor de não-ficção

·       Pascal Lottaz (Suíça): Politólogo, professor universitário, videasta

·     António M. J. Rosado da Luz (Portugal): Coronel (R) do Exército português, militar de Abril, economista

·     Seamus Martin (Irlanda): Jornalista, antigo correspondente do The Irish Times em Moscovo

·       Albino Matos (Portugal): Jurista, escritor de não-ficção

·       Alexander Mercouris (Reino Unido): Jornalista, analista político, videasta

·       Guy Mettan (Suíça): Jornalista, cronista, deputado, escritor de não-ficção

·      José Manuel Costa Neves (Portugal): Major-General (R) da Força Aérea, militar de Abril.

·       Matts Nilsson (Suécia): jurista, escritor de não-ficção

·     António José Avelãs Nunes (Portugal): Jurista, economista, professor universitário, escritor de não-ficção

·       Rui Pereira (Portugal): Jornalista, professor universitário, escritor de não-ficção

·       Henrik Petersen (Suécia): Escritor de ficção

·    Ian Proud (Reino Unido): Diplomata, antigo conselheiro económico da embaixada britânica em Moscovo (2014-2019), escritor de não-ficção

·   Christopher Read ( Reino Unido): Professor emeritus de História

·      João Luís B. Pena dos Reis (Portugal): Procurador-geral-adjunto (R) do Ministério Público 

·       Alastair Renfrew (Reino Unido): Filólogo, historiador, professor universitário

·     Craig Roberts (País de Gales, Reino Unido): Maestro, compositor, director musical da Symphonic Brass Wales e da Lewis-Merthyr Bands

·       Geoffrey Roberts (Irlanda): Historiador, professor universitário

·   Fabrice Saint-Pol (França) : Capitaine de Corvette (Commandant) de réserve (Marine nationale), engenheiro civil

·       Richard Sakwa (Reino Unido): Politólogo, historiador, professor universitário

·   Michael Sergius von der Schulenburg (Alemanha): Eurodeputado, diplomata, escritor de não-ficção

·     José Aranda da Silva (Portugal): Coronel (R) do Exército Português, militar de Abril, farmacêutico, escritor de não-ficção

·   Robert Skidelsky (Reino Unido): Economista, historiador, professor universitário, escritor de não-ficção, membro da Câmara dos Lordes

·   José Catarino Soares (Portugal): Linguista, professor do ensino superior politécnico, escritor de não-ficção

·       Henry Söderström (Suécia): Economista, escritor de não-ficção

·       Richard Turpin (Suécia): Encenador  

·      Harald Walach (Alemanha): Psicólogo, filósofo, professor universitário, escritor de não-ficção

·      Alfred-Maurice de Zayas (Suíça): Jurista, filósofo, professor universitário, escritor de não-ficção

 

[*] A designação “militar de Abril” refere-se, de forma sóbria e objectiva, aos militares responsáveis pela deposição do regime fascista de Salazar-Caetano em 25 de Abril de 1974.