A Grécia não existe (dizem
alguns),
e no entanto move-se…
Actualmente o assunto mais importante da situação económico-política
portuguesa e europeia é o referendo grego e as suas consequências (sejam quais
forem os resultados). Tudo o resto são distrações.
1. Era de esperar uma
imensa pressão (leia-se, chantagem) para levar o povo grego a votar em maioria
pelo “sim” à «proposta generosa» (Merkel dixit) das
instituições-que-antes-se-chamavam-troika: «sim» à continuação infindável da « austeridade
», em alternativa à bancarrota (significado do “não”).
Traduzindo em linguagem mais chã: «mais vale ser escravo de dívidas
que os nossos governantes contraíram em nosso nome, ter de trabalhar a vida
inteira para as pagar e deixá-las em herança aos netos (porque duas gerações
não vão ser suficientes para as pagar), mas ter um pratinho de sopa todos
os dias fornecido pelos credores (que não querem obviamente que o devedor
morra), do que ser livre, mas andar andrajoso e passar fome». Foi assim que a
alternativa sim/não à pergunta do
referendo convocado pelo governo grego foi posta pelas ditas instituições para
amedrontar o povo grego.
Mas a chantagem excedeu as expectativas mais sombrias. Foi um festival de
ameaças, fanfarronadas, mentiras descaradas, meias verdades e decisões hostis
muito concretas como não me lembro de ter alguma vez assistido a outro
igual desde que adquiri consciência de como está organizado o mundo em que
vivemos.
2. O sr. Junker, « democrata-cristão », presidente da Comissão Europeia, declarou que « um “não” quer dizer que a Grécia diz “não” à Europa. Peço aos gregos que votem “sim”. porque «se votarem “não” a sua posição negocial fica dramaticamente enfraquecida» (Expresso. 3-07-2015). O sr. Jeroen Dijsselbloem, «social-democrata», ministro das finanças de holandês e presidente do Eurogrupo, veio dizer, na quinta-feira, que, caso vença o não, o mais provável é que a Grécia « não tenha lugar na zona euro» (Expresso. 4-07-2015). O sr. Klaus Regling, «economista», presidente do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF), disse hoje (4-07-2015) esperar «um resultado positivo « no referendo de amanhã, domingo, na Grécia porque o país deve continuar a aplicar as «reformas necessárias». Para Regling, se o “não” vencer, « há dúvidas sobre a aplicação das reformas necessárias », porque elas exigem um governo que esteja «convencido» delas, e, como tal, «não haverá resultados positivos para a Grécia» (Diário de Notícias. 4-07-2015). O sr. Martin Schulz, « social-democrata » alemão, presidente do parlamento europeu, mais despachado, preconizou a queda do governo de Tsipras, « que lhe dá cabo dos nervos », e a sua substituição por um governo tecnocrático com o qual as instituições possam chegar a um acordo (AFP. 2-07-2015). O saudoso Vítor Constâncio, «socialista» e também «economista», vice-presidente do Banco Central Europeu, fez saber que «se o resultado for um ''não", será mais difícil chegar a um acordo. Se for um "sim", então acontece o oposto». Ja, natürlich!
3. Todos os países estão em pé de igualdade no seio da União Europeia e do Eurogrupo, mas alguns (Alemanha, França, Itália), já se sabe, têm um pé maior do que o dos outros. A senhora Merkel, «democrata-cristã», chanceler da Alemanha, seguramente muito ocupada com outros assuntos mais urgentes, deixou ao sr. Sigmar Gabriel, «social-democrata », vice-chanceler da Alemanha, a tarefa de explicitar a posição do seu governo. O sr. Gabriel afirmou que « a Grécia está a votar se fica ou se sai do euro : um voto no “não” é uma decisão clara contra a permanência no euro» (Público, 30-06-2015). O sr. Hollande, «socialista», presidente da França, declarou que « o que está em jogo é saber se os gregos querem ficar no euro ou se arriscam sair». O sr. Renzi, « social-democrata », 1º ministro de Itália, afirmou que a escolha no referendo grego é entre o dracma (a antiga moeda da Grécia) e o euro, não entre a proposta das « instituições » e a do governo grego (Twitter. 29-06-2015). E até o sr. Osborne, « conservador », ministro das finanças do Reino Unido, um país que tem moeda própria e que mesmo assim se prepara para referendar a sua pertença à União Europeia sem pedir licença (e muito bem) aos outros países desta « união », veio deitar a sua acha na fogueira, avisando que « uma saída da Grécia do euro será traumática. Esperamos o melhor, mas estamos preparados para o pior». O ministro austríaco das finanças, Hans Jörg Schelling, «democrata-cristão», confia numa “solução negociada” para a crise grega, embora acredite que uma saída do país do euro (‘Grexit’) seria «facilmente administrável pela Europa do ponto de vista económico». E esclarece, com candura, o que está verdadeiramente em jogo: « O nosso maior problema não é o conteúdo (das propostas gregas), mas sim a destruição da relação de confiança entre a Grécia e os outros países da zona euro », salienta. « Há muitos países, sobretudo aqueles com menos dinheiro, que dizem “já não queremos mais”, mas eu acredito que vamos chegar a um acordo negociado», assegura Hans Jörg Schelling. O sr. Schäuble, «democrata-cristão», ministro das finanças alemão, também está confiante. Admite que a « Grécia possa sair temporariamente da moeda única » (Jornal «i», 4-07-2015), para depois voltar, quando houver na Grécia um governo mais cordato, como aquele com que o seu compatriota Schulz sonha. « Mesmo que alguns bancos colapsem [por causa da intensificação da crise grega], o risco de contágio é relativamente pequeno », disse ao jornal Bild. « Os mercados têm reagido com alguma contenção nos últimos dias, o que mostra que o problema ainda é gerível ».
4. Este optimismo não
parece ser partilhado do outro lado do Atlântico. O sr. Obama, «democrata»,
presidente dos EUA, telefonou à sra. Merkel, ao sr. Hollande e ao sr. Renzi
para lhes dizer em substância: « Apertem com a Grécia, mas tenham cuidado: não
apertem demasiado porque pode sair-vos/sair-nos o tiro pela culatra». E há quem
veja a sua mão por detrás da divulgação, na quinta feira passada, do relatório do FMI sobre
a Grécia. O caso não é para menos, se tivermos em conta que o FMI é uma criação dos EUA, que nele detêm a maior quota, conjugado com o que a imprensa
publicou sobre o referido relatório.
Os líderes dos países da zona euro tentaram impedir que o FMI publicasse o relatório desta quinta-feira sobre a dívida grega, onde conclui que o país precisa de um corte da dívida de pelo menos 30% do PIB
Segundo avança a Reuters, citando fontes das
negociações, os países da zona euro tentaram travar a publicação do
relatório de quinta-feira do FMI sobre a (in)sustentabilidade da dívida grega.
No documento do FMI publicado esta quinta-feira, o fundo conclui
que as contas públicas gregas não serão sustentáveis enquanto o país não for
alvo de um “alívio substancial da sua dívida”. O FMI calculou também as
necessidades de financiamento da Grécia em 50 mil milhões de euros para os
próximos três anos.
A publicação do relatório do FMI veio reforçar a posição do
governo de Alexis Tsipras, que tem insistido na urgência de se avançar com uma
reestruturação da dívida grega, caso contrário nenhum pacote da austeridade
será viável − visão cada vez mais consensual, desde prémios Nobel da Economia,
ao governo norte-americano e a várias instituições internacionais, como o FMI,
agora.
Ainda segundo a Reuters, a divulgação deste
documento tem sido alvo de uma intensa disputa de bastidores entre Bruxelas e o
FMI. Alexis Tsipras esta quinta-feira, na reacção aos números do FMI, criticou
o facto deste relatório ter demorado tanto tempo a ser divulgado (Jornal «i» on line. 3-07-2007).
5. Mas não foi só esta
intensíssima campanha contra o espectro de um «não» do povo grego que as
instituições-que-antes-se-chamavam-troika e os governos europeus, de «esquerda»
como de «direita», desencadearam. Tomaram também a medida mais gravosa possível
para influenciar aquela parte dos eleitores gregos que está indecisa (11,7%
segundo as últimas sondagens): recusar o pedido do governo grego para uma
extensão da ajuda financeira pelo menos até à realização do referendo, para
evitar uma corrida aos bancos e uma fuga ainda mais maciça de capitais como a
que tem ocorrido desde que o Syriza chegou ao poder. Com esta recusa, obrigaram
o governo grego a instaurar um controlo de capitais durante a semana anterior
ao referendo, a fechar os bancos (salvo para os pensionistas) e a decretar um
tecto de 60 euros por dia aos levantamentos individuais durante uma semana. As sondagens mostram a
eficácia dessa medida punitiva dos "parceiros" europeus. O “não” que estava muito à frente do “sim” no início
da semana, está agora virtualmente empatado com ele.
6. Voltemo-nos então
para o povo grego, o protagonista principal desta luta. É importante fazê-lo,
porque o jornalista José Manuel Fernandes entende que (i) a maioria dos
filósofos gregos da antiguidade não eram gregos, (ii) que a Grécia actual não é
a herdeira da Grécia da Antiguidade e que (iii) a Grécia moderna
tem menos de dois séculos, pois antes o seu território estava sob domínio
otomano (leia-se a sua peça antológica « Estou farto do choradinho dos
desgraçadinhos dos gregos ». Observador. 14-02-2015) .
O historiador Vasco Pulido Valente está de acordo:
Sucede que na Grécia não existiu um “berço” da civilização moderna; e que a
Europa sempre mostrou o seu carinho pela Grécia (como antes, de resto, os
romanos) deitando a mão a tudo o que conseguiu apanhar.
E afirma, peremptório, que a Grécia «é um país falhado», que a
Inglaterra inventou «para consolidar o seu domínio no Mediterrâneo
Oriental (e, de caminho, defender a rota para a Índia)» («A Grécia
?». Público. 26-06-2015).
Em suma, não há razão para acusar as
instituições-que-antes-se-chamavam-troika, o Eurogrupo e a sua chefe suprema, a
senhora Merkel, de tratarem desrespeitosamente a Grécia, de lhe imporem os seus
ditames e de quererem quebrar a espinha ao governo que os gregos elegeram
democraticamente, porque a Grécia não existe, ou existirá (se quisermos
ser caridosos) mas apenas como um país falhado.
E não existindo, é perfeitamente normal que os países que existem o
admnistrem. José Manuel Fernandes dá um exemplo insofismável das vantagens que
daí advêm para os pseudo-herdeiros de Sócrates, Platão, Aristóteles. Passo a
citá-lo:
Um bom exemplo daquilo de que falamos é o
que se passa no Porto do Pireu. Um terço foi privatizado e é hoje
gerido por uma companhia chinesa. É eficiente, é um modelo de organização, tem
cada vez mais movimento e faz cada vez mais negócio. Os outros dois terços
continuam nas mãos do Estado – e dos sindicatos – e continuam a perder clientes
e movimento, sendo um espaço sujo e por vezes degradado.
J. M. Fernandes esqueceu-se apenas de precisar que (i) a dita companhia
chinesa (a Cosco) não pertence a capitalistas privados, mas ao Estado chinês, (ii)
que o Estado chinês é uma ditadura gerida com mão de ferro por uma oligarquia
denominada « Partido Comunista Chinês », (iii), que não houve, por isso,
qualquer privatização, mas a passagem de um terço do porto do Pireu do controlo
directo do Estado grego, que é admnistrado por governos democraticamente
eleitos, para o controlo directo do Estado chinês. Esqueceu-se também de
informar que os ganhos de «eficiência» conseguidos pelos gestores e capatazes
chineses nomeados pelo governo chinês foram obtidos mediante uma redução
substancial dos salários e dos direitos laborais dos trabalhadores portuários
ao seu serviço (cf. Liz Alderman. «Privatizing the port of Piraeus». International Herald Tribune.
10-10-2012). Mas não se tratará verdadeiramente de um esquecimento de J.M.
Fernandes. O mais plausível é que, para ele, as informações que reportámos nos
parágrafos anteriores são bagatelas, pequenos pormenores às quais não se deve
dar importância.
Vasco Pulido Valente (VPC) partilha a mesma tese, embora prefira que seja a
oligarquia de Bruxelas a ocupar-se do assunto em vez da oligarquia de Pequim.
Esta não tem os pergaminhos capitalistas daquela. Nada melhor que o produto
genuíno. Passo a citá-lo:
Se Bruxelas quisesse fazer alguma coisa por aquela triste terra, em vez de
exibir os seus sentimentos democráticos, devia ajudar a construir um Estado
capaz de reger e ordenar o caos reinante – uma espécie de colonização sem o
nome e com dinheiro.
Em ambos os casos, curiosamente, um dos argumentos centrais utilizados por
ambas as luminárias é que a Grécia é (e sempre foi) um país de ilhas e ilhéus (6000), das quais só 280 são «meio-habitadas» (VPC). * Um território assim não poderia produzir um povo e um país, muito menos um país e um povo notáveis.
7. Vejamos então
algumas das coisas que fez esse «povo inexistente» e esse «país falhado» nos
últimos dois séculos.
a. travou e venceu uma guerra
(1821-1829) contra a ocupação do império otomano, tornando-se o primeiro país da era moderna a conquistar a
sua independência contra esse poderoso império.
b. derrotou duas invasões
das tropas do ditador fascista Mussolini (Outubro de 1940 e Março de 1941).
c. fez frente, logo de seguida, à ocupação das tropas da Alemanha nazi e aos seus serventuários domésticos - há sempre gente disposta a servir ocupantes estrangeiros desde que estes sejam poderosos e endinheirados - através de um movimento heróico de resistência armada (Manolis Glezos é talvez a pessoa viva que melhor incarna esse período de provações. Ver Anexo no fim deste texto).
d. sobreviveu, ainda que pagando o preço de uma terrível guerra civil, à tentativa de divisão do seu território combinada em Moscovo entre Churchill e Estaline (Outubro de 1944): 90% para o Reino Unido, 10% para a Rússia
e. derrubou a ditadura militar dos coronéis gregos (1969-1974)
f. elegeu (Janeiro de 2015) um governo apostado em acabar com a corrupção, com os desmandos financeiros dos partidos governantes tradicionais (Nova Democracia e Pasok) e com a política de «austeridade» imposta pela troika para salvar os interesses da oligarquia financeira que sempre colaborou com aqueles partidos, como lembrava há dias Joseph Stiglitz.
Devemos ser claros: quase nada da enorme quantidade de dinheiro emprestado à Grécia acabou por lá chegar. Desapareceu para pagar aos credores do sector privado, incluindo bancos alemães e franceses. A Grécia só conseguiu uma ninharia, mas pagou um elevado preço para preservar os sistemas bancários desses países (J. S. Stiglitz. «O Ataque da Europa à Democracia Grega». Expresso, 30-6-2015).
8. Que concluir então de todos estes factos ? A mim parece-me que seja o seguinte: o povo grego e a democracia teimam em existir, mesmo quando todos os grandes deste mundo insistem em votar aquele à inexistência e aquela à irrelevância. Assim sendo, os resultados do referendo poderão trazer surpresas desagradáveis a muita gente, incluindo no rol o jornalista e o historiador que citámos.
J. M. Catarino Soares, 04-07-2015
* O portal http://www.visitgreece.gr/portal/site, indica 227 ilhas habitadas.
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* O portal http://www.visitgreece.gr/portal/site, indica 227 ilhas habitadas.
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ANEXO
Manolis Glezos (na foto) é um deputado europeu eleito pelo Syriza. Tem 93 anos. É um herói grego e europeu. Em 31 de Maio de 1941, com 18 anos, subiu à Acrópole de Atenas, arriou e levou consigo a bandeira da Alemanha nazi que aí estava hasteada. Os historiadores assinalam o seu gesto como o primeiro acto de resistência contra a ocupação nazi da Europa do Sul. Por ter roubado essa bandeira, Manolis Glezos foi preso, torturado e condenado à morte, mas acabou por ser salvo pela resistência.
Depois lutou na Guerra Civil contra a monarquia e foi condenado à morte novamente em 1948, mas pelo próprio governo grego. Por causa da sua popularidade e com medo de uma rebelião, o governo trocou o seu fuzilamento por prisão perpétua em 1950 e mesmo assim foi eleito deputado no ano seguinte. Foi libertado por pressão popular em 1954.
Foi novamente preso em 1958 acusado de ser espião soviético e condenado novamente à prisão perpétua. Libertado em 1962, foi preso de novo no golpe militar de 1967, sendo libertado apenas em 1971.
Durante a implantação das políticas de austeridade a mando da troika, Manolis Glezos continuou a ir a manifestações, sendo agredido e preso aos 88 anos de idade.
Hoje, Manolis Glezos, após 11 anos e 4 meses de prisão, 4 anos e seis meses de exílio, duas penas de morte, duas prisões perpétuas, uma invasão nazi, uma resistência contra a monarquia, uma guerra civil, uma ditadura militar e das políticas de austeridade impostas pela troika, foi eleito deputado europeu pelo Syriza. Nada parece deter este homem enérgico que atravessou o século XX em rebeldia constante. Detido, liberto, preso, condenado, foragido, torturado e sempre livre.
- Quando subiu na Acrópole para tirar a bandeira nazista e colocar a grega em seu lugar, você era muito jovem, tinha apenas 18 anos. Por que escolheu fazer esse acto?
- Baixei a bandeira na madrugada de 30 a 31 de maio de 1941. Escolhemos esse dia porque havíamos escutado na rádio que Adolf Hitler, em um discurso que pronunciou no Reichstag, disse que com a ocupação da ilha de Creta toda a Europa estava liberada. O que quis dizer é que a Europa estava completamente sob o poder do fascismo. Então, nós decidimos mostrar-lhes que a luta começava recém agora, que a Europa não estava liberada como ele dizia. É dado a esse gesto um valor histórico. Eu não concebo assim. Este foi só um dos muitos actos que fizemos durante esta luta. Desse momento até agora nunca deixei de lutar. Nunca baixarei os braços.
- Se fizermos uma comparação histórica, que bandeira teria que ser baixada hoje do mastro que ocupa?
- Teria que baixar a bandeira dos súbditos e içar a bandeira da independência e da soberania nacional. Agora me lembro de uma coisa que Goebbels, o ministro de Informação do Hitler, escreveu em um artigo que apareceu durante a Segunda Guerra Mundial. Goebbels disse que no ano 2000 veríamos uma Europa dominada pela cultura alemã. Só errou em 10 anos. Hoje a Alemanha domina política e economicamente toda a Europa.
- Baixei a bandeira na madrugada de 30 a 31 de maio de 1941. Escolhemos esse dia porque havíamos escutado na rádio que Adolf Hitler, em um discurso que pronunciou no Reichstag, disse que com a ocupação da ilha de Creta toda a Europa estava liberada. O que quis dizer é que a Europa estava completamente sob o poder do fascismo. Então, nós decidimos mostrar-lhes que a luta começava recém agora, que a Europa não estava liberada como ele dizia. É dado a esse gesto um valor histórico. Eu não concebo assim. Este foi só um dos muitos actos que fizemos durante esta luta. Desse momento até agora nunca deixei de lutar. Nunca baixarei os braços.
- Se fizermos uma comparação histórica, que bandeira teria que ser baixada hoje do mastro que ocupa?
- Teria que baixar a bandeira dos súbditos e içar a bandeira da independência e da soberania nacional. Agora me lembro de uma coisa que Goebbels, o ministro de Informação do Hitler, escreveu em um artigo que apareceu durante a Segunda Guerra Mundial. Goebbels disse que no ano 2000 veríamos uma Europa dominada pela cultura alemã. Só errou em 10 anos. Hoje a Alemanha domina política e economicamente toda a Europa.
fonte: cartamaior.com.br/?/Editoria/Internacional
O ministro da propaganda nazi Joseph Goebbels (o 3º a contar da direita) visita a Acrópole em Atenas, em 1939. Fonte: Keystone-France/Gamma-Keystone via Getty Images.
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