Neste blogue discutiremos 4 temas: 1. A linguagem enganosa. 2 As estruturas e os processos de desumanização criados pelas oligocracias contra a democracia. 3. A economia política (e.g. Petty, Smith, Ricardo, Sismondi), remodelada e crismada (no fim do século XIX) de "economia matemática", a qual teria o direito de se proclamar "ciência económica" (Ingl. economics) — um direito que não lhe será reconhecido aqui. 4. A literatura imaginativa (prosa e poesia).

05 julho, 2025

 

Estudo de Harvard conclui que Israel fez ‘desaparecer’ quase 400.000 palestinianos em Gaza, metade dos quais crianças: Relatório

(Tradução de Fernando Oliveira)


O estado da informação, ou melhor, da desinformação em Portugal leva-nos, cada vez mais, a procurar fora do país as fontes de que necessitamos para conhecer a realidade, para ter uma opinião. Foi assim que, nessa visita regular a um canal noticioso, me deparei com a referência à publicação no jornal online The Cradle.co ao estudo de Harvard, cuja tradução passo a apresentar.

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O estudo realizado por um professor da Universidade Ben Gurion utiliza análises baseada em dados e mapeamento espacial para destacar um grave declínio na população de Gaza desde Outubro de 2023.

(in News Desk, 24 Junho, 2025)

Fonte da foto:  AA


Um estudo publicado através de Harvard Dataverse revela que Israel fez «desaparecer» pelo menos 377.000 palestinianos desde o início da campanha genocida contra a Faixa de Gaza, em 2023. 

Pensa-se que metade deste número seja de crianças palestinianas.

O relatório foi elaborado pelo professor israelita Yaakov Garb, que utilizou análises baseadas em dados e mapeamento espacial para mostrar como o cerco levado a cabo pelo exército israelita a Gaza e os ataques indiscriminados contra civis no enclave levaram a uma redução significativa da sua população.

Os 377.000 palestinianos desaparecidos devido ao genocídio cometido por Israel representam aproximadamente 17% da população total da Faixa de Gaza, que actualmente é de cerca de 1,85 milhões. Antes da guerra em Gaza, estimava-se que a população fosse de 2,227 milhões.

Embora alguns tenham sido deslocados ou estejam desaparecidos, acredita-se que um número significativo tenha sido morto pelas forças israelitas, segundo o relatório.

O professor observa que o número oficial de mortos, 61.000, está claramente subavaliado, uma vez que as vítimas que permanecem soterradas sob os escombros não estão incluídas.

No relatório Garb condenou igualmente a Fundação Humanitária de Gaza (GHF) – um controverso mecanismo de distribuição de ajuda humanitária criado entre os EUA e Israel no mês passado.

«Estes complexos de ajuda parecem reflectir uma lógica de controlo, não de assistência, e seria um equívoco chamar-lhes ‘centros de distribuição de ajuda humanitária’. São entidades que não seguem princípios humanitários, e grande parte do projecto e da operação a que obedecem é orientada por outros objectivos, que prejudicam o seu propósito declarado», afirmou Garb. 

A ONU acusou a GHF de ter sido criada com o objectivo de promover o deslocamento forçado, e desde que iniciou as operações causou a morte de centenas de palestinianos às mãos das forças de Israel.

O relatório de Harvard não é a primeira indicação de que o número de mortos em Gaza poderia, na verdade, ser muito superior ao que é relatado. 

Em Janeiro deste ano, a revista médica The Lancet deu conta de um estudo no qual se revelava que o balanço de mortos pelo genocídio de Israel em Gaza estava provavelmente subestimado em 41% nos primeiros nove meses da guerra.

O estudo de Janeiro realçou o facto de cerca de 59,1% das vítimas mortais serem mulheres, crianças e idosos.

No ano anterior, em Julho de 2024, The Lancet afirmou que o ataque de Israel a Gaza poderia provocar entre 149.000 e 598.000. 

Fonte: https://thecradle.co/articles/harvard-linked-study-finds-israel-disappeared-nearly-400000-palestinians-in-gaza-half-of-them-children-report

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Análise dos números de Israel mostra que assassinou até agora 377.000 palestinianos no decurso do genocídio – metade são crianças

(Por Skwawkbox [SW] 19/06/2025)

 

Uma imagem com pessoa, vestuário, homem, pessoas

Os conteúdos gerados por IA podem estar incorretos.
Um pai palestiniano em desespero mostra os restos mortais dos seus filhos em sacos de plástico. Fonte da imagem: The Skwawkbox.


A análise dos números de Israel mostra que assassinou até agora 377.000 palestinianos durante o genocídio – metade são crianças.

As tentativas de Israel de desvalorizar o número de mortos como «relatos falsos do Hamas» foram expostas como uma mentira para esconder a terrível realidade.

Um novo relatório da Universidade de Harvard confirmou o que os opositores do genocídio de Israel em Gaza sempre souberam: que o número de pessoas assassinadas por Israel em Gaza é muito superior ao número oficial de mortos e que as tentativas propagandísticas de Israel no sentido de desacreditar até mesmo os números oficiais afirmando que são exagerados não passam de uma vergonhosa mentira.

O balanço oficial de mortos em Gaza, próximo dos 60.000 até agora, foi sempre claramente subestimado, porque o Ministério da Saúde de Gaza só conta os corpos recuperados e levados para um hospital. Não estão incluídas as vítimas soterradas sob os escombros ou despedaçadas, com os seus poucos restos mortais recolhidos em sacos de plástico.

Mas o relatório de Yaakov Garb para o Harvard Dataverse analisou os dados das próprias autoridades militares israelitas e combinou-os com um cuidados mapeamento espacial para revelar uma história de terror demográfico: quase 400.000 pessoas – pelo menos 377.000 – desapareceram de um total de 2,227 milhões, que seria a população de Gaza pré-genocídio, reduzindo-a a 1,85 milhões na avaliação do estudo.

Israel e os seus propagandistas de serviço procuraram desvalorizar o número oficial de mortos dizendo que são propaganda palestiniana, mas quem testemunhou o bombardeamento implacável, os tiroteios e a fome da campanha de extermínio de Israel transmitida ao vivo sabe muito bem que os números tinham de ser muito superiores aos oficiais.

Israel assassinou quase uma em cada cinco pessoas inocentes de Gaza, incluindo mais de 150.000 crianças – considerando que metade da população de Gaza é composta por crianças.

Israel é um Estado terrorista. Keir Starmer e todos os “governantes” que colaboraram no genocídio devem ser julgados [no Tribunal Penal Internacional] em Haia.

Fonte: https://skwawkbox.org/2025/06/19/analysis-of-israels-figures-shows-it-murdered-377000-palestinians-during-genocide-so-far-half-of-them-kids/