Neste blogue discutiremos 5 temas: 1. A segurança social. 2. A linguagem enganosa. 3. As estruturas e os processos de desumanização criados pelas oligocracias contra a democracia. 4. A economia política (e.g. Petty, Smith, Ricardo, Sismondi), remodelada e crismada (no fim do século XIX) de "economia matemática", a qual teria o direito de se proclamar "ciência económica" (Ingl. economics) — um direito que não lhe será reconhecido aqui. 5. A literatura imaginativa (prosa e poesia).

02 abril, 2020


Esta é a 1ª entrada do Diário Intermitente da pandemia do novo coronavírus SARS-CoV-2 (ver a sua apresentação nos arquivos deste blogue, Março de 2020, no fundo da coluna à direita deste texto). 

Gostaria de conseguir escrever este diário fazendo jus ao lema que encerra a resposta à seguinte adivinha (que me foi contada pelo meu amigo João Viegas Fernandes): «Qual é a semelhança entre um pára-quedas e a mente humana? É o facto de tanto um como a outra só nos serem úteis, salvando-nos a vida, se estiverem bem abertos».

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O novo coronavírus e o uso generalizado de máscaras de protecção individual e viseiras pela população

José Manuel Catarino Soares

Sempre me pareceu que havia uma falha lógica, um elo fraco, no raciocínio da Organização Mundial de Saúde (OMS), do Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (CEPCD) e da nossa Direcção Geral de Saúde (DGS) no que diz respeito ao uso de máscaras de protecção individual contra o novo coronavírus. Como se sabe, estas três prestigiadas instituições desencorajam o uso de máscaras de protecção individual pelo grosso da população, salvo para alguns grupos de risco — pessoas com doenças respiratórias, pessoas imunossuprimidas, pessoas infectadas com o vírus e sintomáticas, profissionais de saúde e cuidadores de pessoas infectadas.

Uma falha lógica

A falha a que me refiro prende-se com as partículas mais pequenas do novo coronavírus que, pela sua pequenez (inferior a 10 micrómetros) se disseminam sob a forma de aerossol, ao contrário do que sucede com as partículas maiores (de tamanho superior a 10 micrómetros) transportadas pelas pequenas gotículas – saliva e muco – expelidas pela fala, tosse ou espirros de uma pessoa infectada. As primeiras partículas referidas ficam em suspensão no ar, ao passo que as segundas, mais pesadas, caiem no chão ou em objectos (em particular superfícies) próximos da pessoa que as expeliu, sob a acção da gravidade. 

As partículas mais pequenas foram sempre desvalorizadas, desde o início da actual pandemia, pela OMS, pelo CEPCD e pela DGS (assim como pela maioria das suas congéneres nacionais) com o argumento de que (i) não há provas científicas suficientes que essa seja uma forma de contágio frequente, (ii) razão pela qual o uso generalizado de máscaras de protecção individual teria com efeito incutir na população um falso sentimento de segurança, contribuindo para as pessoas descurarem a higiene das mãos, o distanciamento proxémico (“distanciamento social” na terminologia da OMS e da DGS) e o isolamento social, as únicas medidas de autoprotecção preventiva que as pessoas podem tomar contra o vírus que são realmente eficazes. Além disso, acrescentam, (iii) a maior parte das pessoas não sabe fazer um uso correcto de uma máscara de protecção individual (mexendo nela com as mãos o tempo todo, não a descartando e substituindo no fim de uma actividade, como é obrigatório no caso das máscaras cirúrgicas, ou simplesmente colocando-a mal, tapando a boca mas não o nariz, por exemplo), o que pode comprometer o efeito protector e até aumentar o risco de infecção, reforçando assim o argumento (ii). 

Esta ilustração, criada pelo Centro de Controlo e Prevenção das Doenças (CDC) dos EUA, revela a morfologia ultra-estrutural exibida pelo coronavírus. Quando observado ao microscópio electrónico, os picos que adornam a superfície externa do vírus conferem-lhe a aparência de uma coroa (corona, em Latim) em torno do virião. O novo coronavírus, denominado Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS-CoV-2 na sigla inglesa), foi identificado como a causa do surto de doença respiratória detectado pela primeira vez em Wuhan, na China, em 2019. A doença provocada por este vírus foi denominada Doença por Coronavírus 2019 (Covid-19, para abreviar, na sigla inglesa). Foto de Alissa Eckert, MS; Dan Higgins, MAMS/CDC (Ilustração).

O argumento (iii) é fraquíssimo. O uso correcto de uma máscara de protecção individual nada tem de particularmente complicado (https://www.youtube.com/watch?v=qilLP_UnaHge) e uma boa campanha de esclarecimento público, semelhante à que foi feita relativamente à distância proxémica e à higiene das mãos, garantiria que todos aprendessem como fazê-lo. O único argumento válido que poderia substituir (iii) é o de que a procura de máscaras de protecção individual pelo grosso da população criaria, face à escassez destes equipamentos em Portugal e noutros países europeus, faltas graves no abastecimento dos mesmos aos grupos de risco, que poderiam ficar sem esta importante protecção. Mas este é um argumento económico, e não sanitário. Acresce que é um argumento económico que não colhe em vários países asiáticos (como, por exemplo, a China e a Coreia do Sul) e europeus (como, por exemplo, a Áustria e a República Checa) onde o uso generalizado de máscaras cirúrgicas em locais públicos é não apenas recomendado pelas autoridades de Saúde, mas obrigatório. 


O ponto (i) é, porém, aquele onde reside, a meu ver, a falha lógica da argumentação da DGS, do CEPCD e da OMS. A ausência de provas científicas da existência de X (neste caso, X= grande perigosidade e frequência da disseminação do vírus da Covid-19 por aerossol) não é prova da ausência de X. Em termos mais simples: pela simples razão de procurarmos alguma coisa (X) e não a encontrarmos, não podemos concluir que essa coisa (X) não existe.

Como não tenho conhecimentos científicos de biologia e de física (mecânica de fluidos e aerodinâmica) suficientes para dirimir esta questão da necessidade (ou não) do uso generalizado de máscaras de protecção individual como medida de autoprotecção contra a infecção pelo vírus SARS-CoV-2, e como também não tenho os meios de a investigar autonomamente, coloquei-a de lado, em “banho Maria”, à espera que surgissem mais dados que a esclarecesse e me esclarecessem.

Ora, é exactamente isso que acaba de acontecer pela mão de Manuel Gameiro da Silva, professor catedrático do Departamento de Engenharia Mecânica da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra.

A opinião de um especialista em climatização

Em declarações à agência Lusa, feitas em 31 de Março de 2020, Manuel Gameiro da Silva afirmou que a qualidade do ar interior é crítica e devem ser tidos alguns cuidados enquanto se mantiver a crise pandémica. «Os espaços interiores com ocupação humana devem ser fortemente ventilados, exclusivamente com ar novo» — disse — para diminuir as concentrações do novo coronavírus, caso haja contaminação por partículas em suspensão.

No seu entender, «não devem ser realizadas reuniões presenciais» e, «quando se planeia uma saída para locais frequentados por outras pessoas, deve-se levar máscara e, se possível, viseira».

«As máscaras normais [creio que o autor se refere às máscaras cirúrgicas e às próprias máscaras filtrantes de partículas] não são completamente eficazes na retenção das partículas de menor dimensão, pelo que o uso combinado com uma viseira aumenta substancialmente a eficácia de retenção», defende este especialista em climatização.

Protótipo de viseira criado por Bruno Horta. Foto: Jornal  de Leiria.

Estes alertas surgem após uma análise que este investigador decidiu realizar devido às dúvidas sobre «a importância que as autoridades de saúde, quer a nível nacional, quer a nível internacional, atribuem ao papel que desempenham os diferentes modos de transmissão na propagação das infecções virais e as consequências que daí podem advir».

O professor Manuel Gameiro da Silva considera que, «sem que haja uma evidência científica que o justifique, se tem menorizado o papel que pode ser desempenhado pela transmissão através do modo de partículas em suspensão».

Em consequência, tem-se «desaconselhado algumas das medidas de protecção que, provavelmente, estarão na base das taxas de propagação da epidemia mais modestas em alguns países asiáticos», como a China (incluindo Macau), Coreia do Sul, Singapura, Taiwan.

22 de Janeiro de 2020. Passageiros envergando máscaras de protecção individual na estação de caminho-de-ferro Hankou, em Wuhan, China.

Segundo este cientista, os diferentes modos de transmissão das doenças infecciosas estão associados a partículas de dimensões diferentes, não havendo dúvidas de que o novo coronavírus (SARS-CoV-2) se transmite maioritariamente através das partículas exaladas pelos doentes contaminados.

A disseminação do vírus por aerossol

Já «as partículas mais pequenas (menos de 10 mícron) são responsáveis pelo modo de transmissão por partículas em suspensão, podendo permanecer no ar por horas, ser transportadas a longas distâncias e inaladas», acrescenta.

Convém saber que o mícron (designação que foi oficialmente abandonada em 1968, mas que ainda é usada, especialmente entre os anglófonos) ou micrómetro (denominação actual) é uma unidade de comprimento do Sistema Internacional de Unidades equivalente à milésima parte do milímetro.

No que respeita ao efeito da temperatura e da humidade, Manuel Gameiro da Silva, que é também coordenador da Iniciativa Energia para Sustentabilidade da Universidade de Coimbra, explica que, «tipicamente, a persistência dos vírus é mais alta com temperaturas frias do que com temperaturas quentes e, como a humidade desestabiliza a camada protectora de gordura dos vírus do tipo coronavírus, a persistência do vírus é maior em ambientes secos».

Como a radiação solar «tem uma componente de radiação ultravioleta que prejudica a persistência dos vírus», nos ambientes interiores «sem luz natural directa, há condições mais favoráveis para a persistência dos vírus como partículas em suspensão», acrescenta.

Por tudo isto, Manuel Gameiro da Silva defende a «redefinição do conceito de distância de segurança entre pessoas e a necessidade de uso generalizado de equipamentos de protecção das vias aéreas superiores (máscaras e viseiras) sempre que se preveja que se vai estar num ambiente com ocupação múltipla». 

As propostas do professor M. Gameiro da Silva não obstam, bem entendido, a que se continue a cumprir rigorosamente as normas de distanciamento proxémico e de higiene das mãos em espaços de ocupação múltipla, como supermercados, transportes públicos, lares de idosos, fábricas, etc. Por outro lado, tem uma grande vantagem suplementar: a de impedir mais eficazmente que a parte da população que está infectada (ou que será infectada), mas que não tem consciência disso por estar assintomática ou pré-sintomática, contagie inadvertidamente a parte da população que não está infectada, especialmente a que pertence aos grupos de risco. 

Multi- e inter-disciplinaridade científica e tecnológica

Curiosamente, por coincidência ou não, a Directora Geral da Saúde, dra. Graça Freitas, na conferência diária do Ministério da Saúde de 1 de Abril (um dia depois das declarações do professor Manuel Gameiro da Silva) revelou alguma abertura para reconsiderar as normas vigentes da DGS sobre o uso generalizado de máscara de protecção individual.

Respondendo a uma pergunta de uma jornalista sobre esse assunto, Graça Freitas repetiu, uma vez mais, os argumentos (i), (ii), e (iii) supra-referidos. Mas acrescentou também algumas novidades, ao afirmar, em substância, que era uma questão controversa; que estávamos todos os dias a aprender coisas novas com um vírus novo e completamente desconhecido até há muito pouco tempo; que se sabia que o SARS-CoV-2 era um vírus que também se podia transmitir por aerossol (ou seja, por partículas em suspensão no ar) — dando como exemplo uma situação em que isso acontece sempre: a dos doentes com Covid-19 que são entubados e sujeitos a ventilação; o ar que expelem contém um aerossol do vírus. Concluiu dizendo que a questão estava em estudo e que poderia ser reavaliada pela DGS.  

Será reavaliada, é uma certeza. A luta, no plano sanitário,  contra a pandemia do novo coronavírus SARS-CoV2 é uma luta que exige a cooperação e a convergência de esforços de investigadores de muitas disciplinas científicas e tecnológicas que normalmente não falam directamente uns com os outros, mas que nesta situação extraordinária foram compelidos a fazê-lo. E o mais interessante é que o fizeram movidos pelos valores da solidariedade e entreajuda. (Compilei mais abaixo alguns exemplos desse vasto e diverso movimento). 

Esperemos apenas que essa reavaliação das normas vigentes sobre o  uso das máscaras de protecção individual na prevenção da Covid-19 seja feita mais cedo do que tarde, a bem da saúde pública.

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* «Bruno Horta, licenciado em Engenharia Informática pela Escola Superior de Tecnologia e Gestão, do Politécnico de Leiria, é o fundador do Movimento Maker Portugal, um grupo que junta pessoas de todos os quadrantes e latitudes, apaixonadas pela impressão 3D, e está à frente de uma iniciativa para manufacturar, em impressoras 3D, viseiras de protecção para quem está na linha da frente da luta contra o Covid-19. O jovem, que também esteve envolvido no esforço dos Politécnicos de Viseu e de Leiria, para criar protótipos de ventiladores, percebeu que «se nos protegermos todos, precisaremos de menos ventiladores» e colocou-se em campo, em busca de projectos open source – livres de custos e de direitos de autor, e passíveis de serem alterados – de viseiras de protecção, que possam ser utilizadas em conjunto com máscaras e toucas médicas. Para as criar, é preciso apenas uma folha grossa de acetato transparente, um elástico, um furador de papel e filamento de impressão para a impressora 3D, material de baixo custo (embora, infelizmente, muitas empresas estejam a aumentar o preço, devido à procura.) Ao fim de algum tempo, Bruno tinha nas mãos uma protecção que pode ser utilizada por profissionais de Saúde, forças de segurança, Protecção Civil e lares [de idosos] e, basicamente, por todos os que tiverem de lidar com a doença, na linha da frente» (Jornal de Leiria, 24-03-2020).

* «Investigadores do Instituto Superior Técnico (IST) começaram a produzir viseiras de proteção para profissionais de saúde, envolvendo toda a comunidade do IST e convidando quem tiver impressoras 3D a colaborar. A iniciativa é liderada por Marco Leite e Paulo Peças, do departamento de Engenharia Mecânica, que criaram um projecto de viseira que pode ser descarregado da Internet e fabricado numa impressora 3D. A equipa já entregou viseiras fabricadas no seu laboratório no hospital Fernando Fonseca, na Amadora, e espera a partir de quarta-feira começar a obter mais material para distribuir pelas unidades hospitalares e centros de saúde, onde «há pessoas que não têm nada, estão desprotegidas» para lidar com pessoas potencialmente infectadas com o novo coronavírus. As viseiras são peças circulares, ajustáveis, que se fixam em torno da cabeça e nas quais pode ser montado um acetato transparente que serve como barreira de protecção no contexto da pandemia da Covid-19. No seu laboratório, Marco Leite e Paulo Peças conseguem produzir seis viseiras por hora, mas cerca de duas dezenas de unidades de investigação do Técnico vão começar também a produzi-las» (Lusa, 24-03-2020).

Para os profissionais de saúde, o uso durante muitas horas de óculos de protecção pode ser uma tortura. A viseira combinada com a máscara  oferece uma solução mais cómoda e segura. Foto: Jornal de Leiria
* «O Instituto Superior de Engenharia de Coimbra (ISEC) vai produzir um modelo de óculos e viseira em impressoras 3D que protege os profissionais de saúde envolvidos na triagem e tratamento da pandemia da Covid-19. «As primeiras centenas vão ser oferecidas ao Centro Hospitalar Universitário de Coimbra (CHUC) a partir de quarta ou quinta-feira», disse hoje à agência Lusa Mário Velindro, presidente daquela instituição de ensino superior. «Trata-se de um sistema de protecção versátil que pode ser utilizado por médicos, enfermeiros e paramédicos como óculo de protecção ou evoluir, na mesma configuração, para viseira de protecção», afirma Mário Velindro. Segundo o responsável, o ISEC inicia a produção esta semana nas suas instalações, recorrendo a três impressoras 3D de alto rendimento, com capacidade para produzir 50 conjuntos por dia. «O meu receio é o de que o material falte, mas, para já, temos quantidade suficiente para produzir mais de 500 unidades», sublinha. O ISEC, que tem estado em contacto directo com os Serviços de Manutenção dos CHUC, está também «de prevenção» para apoiar o fabrico de componentes especiais que se avariam, como por exemplo nos ventiladores respiratórios» (Lusa, 24-03-2020). 

* «O designer português Luís Onofre juntou-se à luta contra a pandemia Covid-19 e está a produzir máscaras de protecção individual. As 500 máscaras produzidas por dia serão doadas a várias instituições do concelho de Oliveira de Azeméis e arredores. Com o apoio do Centro Tecnológico do Calçado de Portugal, a fábrica do Luís Onofre em Oliveira de Azeméis está a produzir cerca de 500 máscaras diárias. Ao longo da próxima semana, a equipa espera alcançar uma média de 800 unidades por dia. As máscaras estão a ser distribuídas nos arredores de Oliveira de Azeméis. Para já, os hospitais de Santa Maria da Feira e de Famalicão, o Centro Dial, o Lar Geribranca, o Lar Pinheiro da Bemposta, o Lar Pró Outeiro e a Cruz Vermelha são algumas das instituições apoiadas» (Público, 27-03-2020).

* «Um grupo de investigadores da Universidade do Minho (UMinho) elaborou um “manual de instruções” sobre o fabrico de máscaras de protecção para ajudar as empresas envolvidas na confecção do equipamento, foi hoje anunciado. Em comunicado, a Fibrenamics, plataforma internacional da UMinho, explica que o manual pretende ser um contributo para a “harmonização” da informação disponível relativamente aos meios de protecção respiratória (máscaras), abordando aspectos como os tipos de protecção requeridos em função dos agentes de risco, os materiais e os processos envolvidos na sua confecção, bem como a normalização aplicada à validação e certificação do seu desempenho. O White Paper [em Português diz-se Livro Branco]Máscaras de Protecção é um manual que surge da actual necessidade de produção em grande escala destes equipamentos de protecção ao contágio do novo coronavírus, com várias empresas a disponibilizarem-se para o fazer, mas identificando a falta de um documento informativo e de orientação para auxiliar no desenvolvimento desta solução» (Lusa, 27-03-2020). 

* «A OLI, a segunda maior produtora europeia de autoclismos, está a produzir um suporte de viseira para auxiliar a proteger os profissionais de saúde no tratamento dos doentes com o novo coronavírus. Em Aveiro, onde está sediada a sua fábrica, que continua a laborar 24 horas por dia, sete dias por semana, a OLI irá fabricar 20 mil unidades por semana (cerca de 80 mil por mês), anuncia a empresa em comunicado. Este material será entregue, gratuitamente, a vários hospitais do país, em especial a Norte, no Centro e em Lisboa e Vale do Tejo, a partir da próxima segunda-feira, dia 6 de abril» (Dinheiro Vivo, 31-03-2020). 

Nota técnica. Convém saber que há dois tipos principais de máscaras de protecção individual. As chamadas máscaras cirúrgicas, as mais simples e baratas, garantem a protecção das vias de entrada faciais (boca, nariz e trato respiratório) contra gotículas e partículas, mas não aerossóis. São utilizadas para impedir que o utilizador espalhe o agente infeccioso por meio da fala, de espirros e de tosse, podendo ser igualmente usada pelos cidadãos comuns. Estas máscaras são descartáveis (de uso único), não reutilizáveis, e por isso não necessitam de processos de descontaminação. As chamadas máscaras filtrantes de partículas oferecem protecção das vias respiratórias contra partículas, gotículas e aerossóis. Estas máscaras podem ser descartáveis (uso único) ou reutilizáveis, Neste último caso, a reutilização terá de ter em conta o processo de descontaminação. 

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